sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Sobre a lenda do Boto


Esta lenda tem sua origem no boto-cor-de-rosa, um mamífero muito semelhante ao golfinho, que habita a bacia do rio Amazonas, e também pode ser encontrado em países, tais como: Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. As diferenças básicas são as seguintes: o golfinho vive no mar, e o boto vive em água doce, o golfinho tem cor acinzentada e o boto pode ser acinzentado, preto ou possuir cor avermelhada.
Durante as festas juninas, quando são comemorados os aniversários de São João, Santo Antonio e São Pedro, a população ribeirinha da região amazônica celebra estas festas dançando quadrilha, soltando fogos de artifício, fazendo fogueiras e degustando alimentos típicos da região. Reza a lenda que é quando o boto-cor-de-rosa sai do rio transformando-se em um jovem elegante e belo, beberrão e bom dançarino, muito bem vestido trajando roupas, chapéu e calçados brancos. O chapéu é utilizado para ocultar (já que a transformação não é completa) um grande orifício no alto da cabeça, feito para o boto respirar. É graças a este fato que, durante as festividades de junho, quando aparece um rapaz usando chapéu, as pessoas lhe pedem para que ele o retire no intuito de se certificarem de que não é o boto que ali está.
A tradição amazônica diz que o boto carrega um espada presa ao seu cinto, mas que, no fim da madrugada, quando é chegada a hora de ele voltar ao leito do rio, é possível observar que todos seus acessórios são, na verdade, outros habitantes do rio. A espada é um poraquê (peixe-elétrico), o chapéu é uma arraia e, finalmente, o cinto e os sapatos são outros dois diferentes tipos de peixes.
Este desconhecido e atraente rapaz conquista com facilidade a mais bela e desacompanhada jovem que cruzar seu caminho e, em seguida, dança com ela a noite toda, a seduz, a guia até o fundo do rio, onde, por vezes, a engravida e a abandona. 
O boto ou Uauiara, também é conhecido por ser uma espécie de protetor das mulheres, cujas embarcações naufragam. Muitas pessoas dizem que, em tais situações, o boto aparece empurrando as mulheres para as margens do rio, a fim de evitar que elas se afoguem, as intenções disso até hoje não são muito conhecidas…

fonte: aqui

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Sobre a lenda do Guaraná


Trecho do Livro AMAZON - Guerreiros da Amazônia - O Templo da Luz
– “Era uma vez um curumim, um indiozinho de nome Aguiri, da grande nação Sateré-Mawé4. Aguiri estava sempre pronto para ajudar seus amigos e a todos de sua tribo, mas ele não era querido só por isso. Ele chamava atenção pelos seus olhos, de um formato diferente e iluminado. Diziam que o olhar dele era assim porque só enxergava pelo coração.
Um dia, Aguiri decidiu fazer uma surpresa para os outros curumins, que brincavam em um rio. Foi de árvore em árvore colhendo frutos em uma cesta de juta5 que sua mãe fizera. Estava tão empolgado com aquela ideia, devido à felicidade que iria trazer ao grupo, que não percebeu que se afastara da sua aldeia como nunca antes fez. Para completar, a noite caiu rápido, pegando-o de surpresa. Não achando o caminho de volta, decidiu dormir no oco de umas dessas grandes árvores, protegendo-se dos animais noturnos e perigosos.
Acontece que o temido espírito Jurupari6, que tem o corpo peludo do morcego e o bico de uma coruja, andava por ali, já que se alimentava também de frutas. Ele não demorou sentir a presença de Aguiri e o atacou sem lhe dar chance de defesa.”
– Ele morreu? - perguntou Cynthia, roendo as unhas e com os olhos bem arregalados.                           
– E o que essa história trágica tem a ver com guaraná? Fala logo baiano! - perguntou Allan, também nitidamente intrigado.
Sem responder aos amigos, Kleyton continuou a narrar a lenda.
– “E o menino, mal o dia amanhecera, foi encontrado morto pelos índios de sua tribo. Os pais dele, os amigos, enfim, todos, estavam completamente desesperados e uma tristeza tomou conta da floresta de um modo tal que até os pássaros se calaram. De repente, se ouviu no céu um grande trovão e um raio iluminou o corpo de Aguiri.
Todos gritaram:
– É Tupã... É Tupã... Ele vai nos trazer o menino de volta!
O pajé daquela tribo teve uma visão e ouviu uma voz, bem macia e aveludada, vindo diretamente do seu coração. Pediu silêncio e todos se calaram. A voz disse para plantar os olhos do curumim ao pé de uma árvore seca, e regar com as lágrimas de seus amiguinhos. As lágrimas fariam nascer uma planta para dar felicidade a todos, pois aquele que provar de seu fruto sentirá as energias renovadas e seu coração se encherá de entusiasmo e alegria. Seguiram a ordem do pajé e uma árvore de frutos com a forma idêntica a dos olhos de Aguiri nasceu. Aquele povo deu então à fruta, em homenagem ao indiozinho, o nome de Guaraná, que no idioma Tupi significa ‘a árvore da vida e da vitalidade’”.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...